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90,9% das moradias rurais não tinham coleta de esgoto até 2022

Isso se deve às dificuldades e ao elevado custo em se coletar e transportar o esgoto em regiões distantes, segundo levantamento do Trata Brasil

Em termos relativos, 90,9% das moradias rurais não contavam com o seviço de coleta de esgoto até 2022, ou seja, ao levar em consideração apenas as residências nessas localidades, a maior parte das casas não tinha a oferta desse tipo de serviço. Os números são da pesquisa “A vida sem saneamento: para quem falta e onde mora essa população?”, feito pelo Instituto Trata Brasil.

De acordo com a presidente executiva do Instituto Trata Brasi Luana Pretto, é possível perceber a diferença na oferta do serviço de coleta de esgoto quando se trata apenas do meio rural. Para ela, esse é um ponto que merece atenção.

“Em termos relativos quer dizer que do total de residências em áreas rurais, 90% não têm coleta de esgoto. Ou seja, mais um ponto de atenção ou seja. As moradias das áreas rurais tipicamente não possuem coleta de esgoto — e 10 em casa 100 não tem nem banheiro.”, lamenta.

No que se refere ao total das moradias brasileiras no país — área rural mais área urbana —, o levantamento mostra que a privação de coleta de esgoto em 2022 é maior nas áreas urbanas (62,7%) enquanto 37,3% corresponde às áreas rurais. “Isso acontece porque a gente tem uma densidade habitacional maior nessas casas que estão nessa área urbana. Além disso, também se deve às dificuldades e ao elevado custo em se coletar e transportar o esgoto em regiões distantes”, destaca Pretto.

Para a presidente executiva do Trata Brasil, a área rural precisa de um esforço muito maior das autoridades para alcançar um serviço de saneamento básico com qualidade. Observar que 90,9% das moradias rurais estão sem o serviço de coleta, é um cenário que preocupa.

Na opinião da advogada especialista em direito ambinetal Paula Fernandes, o governo tem que ter em mente que não são políticas de execução que custam barato e que trazem resultados de imediato. Mas é necessário ter vontade política para implementar um serviço que vai apresentar resultados para a população daquela região. Ela ainda reforça que as políticas públicas precisam chegar nessas moradias.

“É necessário alinhar esses fatores para que se crie ali uma janela de oportunidades, para que seja tomada a decisão de inserção da questão na agenda de políticas públicas e implementação efetiva dessas atividades. É urgente. É necessário cada vez mais exercer pressão sobre os atores políticos sobre essa situação do saneamento básico”, avalia.

O estudo também apresenta a distribuição das moradias e da população por áreas rural e urbana e a parcela das moradias e das populações nas privações dos serviços de coleta. Em termos populacionais, a distribuição corresponde: 50,4% da população sem coleta de esgoto morando nas áreas urbanas das cidades brasileiras, enquanto que 49,6% das pessoas em privação estavam nas áreas rurais.

De acordo com o ambientalista e professor da Universidade de Brasília (UnB) José Francisco Gonçalves, o Brasil precisa avançar na pauta do saneamento básico em todas as cidades e em todos os tipos de serviços, como coleta de esgoto e tratamento da água.

“Não é possível mais no século XXI, existirem casas sem água potável e sem rede coletora da água utilizada nesses domicílios, sejam eles domésticos ou comerciais e industriais. Isso tudo são atributos que estão previstos a serem alcançados até 2030. E isso requer com que muitos setores, tanto os setores produtivos brasileiros quanto o setor público, tenham compromissos e, por que não, possam se unir dentro de uma mesma política apartidária”, observa.

O Congresso Nacional aprovou, em 2020, o Novo Marco Legal do Saneamento. A lei nº 14.026/2020 tem o objetivo de aperfeiçoar os serviços no Brasil e ainda garantir que 99% da população tenha água potável disponível e 90%, coleta e tratamento de esgotos até 2033.

Fonte: Brasil61

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Créditos de Carbono no Brasil: emissões despencam e mercado enfrenta crise

Estudo aponta redução drástica na emissão de créditos e destaca necessidade urgente de reformas para garantir a credibilidade e eficácia do setor

Um estudo recente do Observatório de Conhecimento e Inovação em Bioeconomia da Fundação Getulio Vargas (FGV) revelou uma significativa queda no mercado voluntário de carbono no Brasil em 2023. Em comparação com 2021, que foi um ano recorde, o volume de créditos emitidos caiu 89%, e o volume de créditos aposentados diminuiu 44%. O estudo destaca a necessidade de melhorias no mercado para assegurar sua credibilidade e sustentabilidade. André Pereira de Morais Garcia, advogado especializado em Ambiental e ESG, explica.

“De fato, houve uma redução dentro do mercado brasileiro nas emissões dos créditos. Isso decorre muito de uma expectativa de regulação do mercado de carbono com o PL 2148 de 2015. De fato, a ausência dessa regulamentação leva a uma ausência de credibilidade do nosso crédito, uma ausência de exigibilidade de compensação, desaquecendo o mercado brasileiro do crédito de carbono. Então, isso é prejudicial para esse mercado no Brasil, porque, de fato, a espera de uma regulamentação cria graus de incerteza muito grandes dentro do mercado local.”

O estudo da FGV destaca que, apesar do crescimento inicial do mercado, diversos problemas persistem, comprometendo a credibilidade e a sustentabilidade a longo prazo do mercado voluntário de carbono. Entre os principais desafios, destaca-se a dificuldade em assegurar que os créditos de carbono realmente representem reduções reais, adicionais e permanentes das emissões de gases do efeito estufa. O especialista André Pereira de Morais Garcia explica os desafios do mercado de carbono no Brasil. 

“Um dos grandes desafios é de fato a aprovação do PL 2148 de 2015; e não só a aprovação, como a gente comenta diversas vezes, mas a implementação desse sistema, a integralização desse sistema para que comecem a ser emitidos créditos de carbonos dentro desse mercado regulado. E especialmente não basta só a lei federal ser publicada, mas também um decreto regulamentador estabelecendo as diretrizes básicas e como que vai funcionar tudo isso.”

Projetos de crédito de carbono no Brasil

O estudo da FGV também mostrou uma leve recuperação em 2023, com a emissão de 3,38 milhões de créditos provenientes de pouco mais de dez projetos. No entanto, a distribuição dos projetos foi desigual. As regiões Norte e Nordeste destacaram-se com quatro e três projetos, respectivamente, enquanto as regiões Centro-Oeste e Sudeste tiveram dois projetos cada e o Sul teve apenas um.
Além disso, houve uma mudança na composição dos créditos: em 2021, os créditos de energia renovável representavam 29% do total, enquanto os créditos de florestas e uso da terra correspondiam a 65%. Em 2023, os créditos de energia renovável aumentaram para 45%, e os créditos de florestas e uso da terra diminuíram para 41%. 

Além disso, os estados que tradicionalmente eram focados em projetos de florestas e uso da terra, como Mato Grosso, Amapá e Acre, não emitiram mais créditos em 2023. Em contraste, estados como Goiás e Rondônia começaram a ganhar relevância. Os dados também mostram uma redução no número de estados com projetos de créditos de carbono, de dez para cinco. Os estados que eram líderes em emissões de créditos, como Rio Grande do Sul e Piauí, viram uma redução significativa, enquanto a gestão de resíduos, anteriormente ativa em vários estados, agora está restrita a Minas Gerais. 

André Pereira de Morais Garcia, advogado especializado em Ambiental/ESG, destacou a importância e o potencial do mercado de crédito de carbono no Brasil.

“O Brasil tem um potencial de crédito de carbono gigantesco, podendo trazer uma movimentação de bilhões de reais dentro da economia. E, de fato, com a regulamentação do mercado de crédito de carbono aumentando a credibilidade do mercado brasileiro, a gente vai ter uma maior atratividade dos nossos créditos de carbono a níveis internacionais.”

O estudo da FGV aponta para a necessidade urgente de reformas para garantir a eficácia do mercado voluntário de carbono e sua contribuição efetiva para a mitigação das mudanças climáticas.

Mercado de carbono pode gerar US$ 120 bilhões para o Brasil até 2030

Regulamentação do mercado de carbono pode aumentar PIB em 5%, estima CNI

Armazenamento de CO2 pode ajudar no cumprimento das metas de redução de emissões de gases

O que é mercado de carbono

O mercado de crédito de carbono é um sistema de compensação de emissão de carbono. Funciona assim: cada empresa tem um limite determinado para emitir gases de efeito estufa. As que emitem menos ficam com créditos, que podem ser vendidos àquelas que passaram do limite. O crédito de carbono equivale a 1 tonelada de gás carbônico (CO²) ou outros gases que deixou de ser emitida para a atmosfera. 

Os mercados de carbono passaram a ganhar mais ênfase em todo o mundo desde a assinatura, por países da Organização das Nações Unidas (ONU), do Protocolo de Kyoto, em 1997. O acordo entre as nações estabeleceu a meta de que países desenvolvidos deveriam diminuir em 5,2% suas emissões de gases que provocam o chamado efeito estufa. A redução deveria ocorrer até 2012. Já em 2015, com a assinatura do Acordo de Paris, as metas foram renovadas e passaram a contar com incentivos à iniciativa privada. 

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PREVISÃO DO TEMPO: sexta-feira (26) com chuvas fortes em Roraima

A temperatura pode variar entre 16ºC e 34°C

Nesta sexta-feira (26), a previsão é de tempo encoberto, chuvas fortes e ventos intensos em todo o estado de Roraima durante o dia e à noite, atingindo cidades como Boa Vista, Caracaraí e Cantá.

A temperatura mínima fica em torno de 16°C, em Uiramutã, e a máxima prevista é de 34ºC em Rorainópolis. A umidade relativa do ar varia entre 70% e 95%.

As informações são do Instituto Nacional de Meteorologia.
 

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PREVISÃO DO TEMPO: sexta-feira (26) tem alerta para baixa umidade no Paraná

A temperatura pode variar entre 12ºC e 32ºC

Nesta sexta-feira (26), o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) alerta para perigo potencial de baixa umidade na Metropolitana de Curitiba, norte pioneiro, centro ocidental, noroeste, norte central, oeste, centro oriental, centro-sul e sudeste paranaense, atingindo cidades como Assaí, Cornélio Procópio e Londrina.

O dia começa com variação entre muitas e poucas nuvens no Paraná. Durante a tarde, há possibilidade de chuva no oeste, sudoeste, centro-sul e sudeste paranaense. Nas demais regiões do estado, sem previsão de chuvas. À noite, possibilidade de chuva apenas nas microrregiões de Francisco Beltrão, Pato Branco, Palmas, União da Vitória, São Mateus do Sul e Rio Negro.

A temperatura mínima fica em torno de 12°C, em Lapa, e a máxima prevista é de 32ºC, em Umuarama. A umidade relativa do ar varia entre 35% e 90%.

As informações são do Instituto Nacional de Meteorologia.

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